sábado, 21 de novembro de 2009

O quintal fechou

Tenho ouvido e lido coisas como “o Avaí toma esta atitude e não aquela”, “o Avaí não tem comunicação com a torcida”, “o Avaí presta essa homenagem assim, quando deveria ser assado”, “o Avaí se elitizou”, “o Avaí isso, o Avaí aquilo”.
Bom, quero dizer que muito disso é bobagem. Cada um pode achar o que quiser, mas também digo que muita gente pensa bobagem na hora de falar, quando deveria ficar quieto, por completo desconhecimento. Palpites são para a megasena.
Desde que começou a gestão Zunino, em 2002, o Avaí vem se profissionalizando. Passamos, é verdade, durante este tempo, a perder até pro vento, pra chuva e pro frio. Ficamos um bom tempo sisudos, de cara amarrada. Contudo, nas internas, a estrutura que hoje saudamos e aplaudimos, que nos faz chorar de alegria e nos exulta, ia sendo montada. Há uns oportunistas de plantão, tanto torcedores quanto jornalistas, que agora vem a público dizer que foram as críticas que fizeram o Avaí mudar a rota. Mentira!
Não se constrói uma estrutura nessa coisa falida que é o futebol do dia pra noite. Não é uma “dica” de um torcedor, ou de um jornalista que vai alterar a coisa. Para se conseguir alcançar os objetivos em médio e longo prazo, é preciso trabalhar com planejamento e estruturação. É preciso abnegar-se, renunciar aos prazeres do presente para se conseguir vitórias no futuro. A tal da sustentabilidade é focada nisso, de se dar condições de estabilidade em longo prazo. Foi o que se construiu no Avaí. Portanto, nada disso que estamos assistindo a olhos marejados e orgulhosos veio de graça e se acabará no próximo campeonato.
Pouca gente percebeu, não sei se por má vontade ou ignorância mesmo (no sentido de ignorar, de desconhecer) que o Avaí se profissionalizou. A estrutura montada no Avaí o tornou um clube de respeito, que avançará ainda mais.
Porém, o carteiraço continua a querer se prevalecer. Ainda tem gente querendo ver o Avaí como uma extensão de seu quintal. Ainda tem gente querendo ditar regras sem competência para isso.
No domingo, após aquela pancada épica sobre um dos grandes do Brasileirão, antes da partida havia gente na Secretaria do clube querendo dar um recado à “fulana”, outro trouxe o filho para conhecer determinado jogador, um outro era amigo de beltrano e queria resolver seu “problema” diretamente com a Direção, mais um tinha uma “determinada carteirinha” e queria entrada especial. E assim eram as “consultas”. Grande número de torcedores queria fazer uma “visita”, “bater um papo”, “contar fofoca”, ao invés de tratar de coisas práticas. Uma “autoridade” queria furar a fila na Secretaria. Pode? Quando isso acontece entre os torcedores, não podemos esperar muita coisa de autoridades, tampouco da mídia oficial que cobre os eventos relacionados ao Avaí. Estes não têm responsabilidades conosco. E de onde menos se esperar, aí é que não vem nada mesmo.
Há quem condene, por exemplo, as homenagens que o Avaí tem feito a algumas figuras nacionais. Quero dizer que o Avaí se tornou um clube nacional, graças à boa campanha do time no campeonato. Hoje se fala do Avaí com respeito e admiração no Brasil todo. A fulanização e a quintalização estão acabando. O provincianismo está com os dias contados, como já se comentou por aqui. Portanto, haverá mais e mais homenagens de caráter nacional tanto quanto às regionais. A propósito disso, quantos destes ditos “regionais” estavam lá quando se precisava de apoio, no tempo das vacas anoréxicas. Querer aparecer agora, na boa fase, é um pouco oportunista, não é mesmo?
Para aqueles que ainda querem bater um papinho na sala de visitas, ou tomar um cafezinho da tarde, eu digo: isso está acabando. Seja para os poucos torcedores que pensam assim, seja para “autoridades de ocasião”, seja para "membros letrados" da mídia, a fase do amadorismo está acabando. O quintal está fechado!

Um comentário:

  1. Tem mesmo que fechar e colocar um bom cachorro, um bom sistema de vigilância.

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